Não-binária apenas
O livro Não-binária apenas, de Little Goat, mostra o processo de descobrimento ao longo da adolescência de ume menine.
A história se desenvolve de forma coerente, detalhada e sensível. Mostra o incômodo e disforia da personagem com seu corpo, o não entendimento desse sentimento. E além disso, também mostra o machismo que atinge a todos os gêneros. E foi nessa parte que me identifiquei mais.
A história começa na infância da personagem, com os "brinquedos de meninas e de meninos", e todos os questionamentos de o porquê ela deve se portar de tal forma, porque deve vestir certa roupa... E quando elu chega na adolescência começa a diaforia com os seios, os assédios em relação a isso, "brincadeiras" (que são na verdade bullying). Mas felizmente conforme vai crescendo, elu descobre suas roupas preferidas, o corte de cabelo, e vem aos poucos a aceitação.
Apesar de cis, me identifiquei bastante em algumas partes, como "brinquedos para meninos ou meninas", com a auto-aceitação durante a pandemia e a vontade de gritar pra todo mundo a nova descoberta, e a dúvida louca de "sou ou não?"
Achei legal que os quadrinhos são pintados nas cores da bandeira não-binária e gostei da forma leve e aos poucos que vamos entendendo o que é a não-binariedade e suas várias formas. Acho que gostei de cada pedacinho desse livro e de sua história.


Muito incrível sua resenha - acho que mesmo pessoas cis se identificam porque é muito humano isso de questionar sobre o que somos e o que queremos ser, isso só para quando o mundo tem muitas regras pra gente.